Ficámos a saber os números. Eu confesso que não me surpreendi. O que me surpreendeu, francamente, foi a falta de vergonha dos sindicatos e a lata ilimitada de alguns partidos da oposição.
O Governo fez então a proposta que os muitos acharam indecente: que sejam integrados noutros serviços da Administração Publica. (Até o Ministério da Cultura já veio propor integrar 700 desses profissionais nos quadros dos organismos tutelados pelo Ministério da Cultura, como museus e palácios, sendo que assim estes docentes terão oportunidade de progredir noutra carreira). Em rigor, nem podemos falar de 2.500 professores, pois 10% desses profissionais estão impedidos de dar aulas devido a doenças oncológicas ou degenerativas e, quanto a estes, o Ministério decidiu que a escolha de uma nova carreira na função pública é opcional, sendo que podem continuar a trabalhar na escola.
Para além desses, só este ano lectivo, estiveram outros 3.000 docentes sem poderem dar aulas por terem estado incapacitados temporariamente. Contudo estes não estão abrangidos pela proposta; afinal trata-se de uma "incapacidade temporária"...
A proposta parece de elementar bom senso. Alguém pode considerar justo que estes Srs. "professores" que não trabalham, que não estão a fazer qualquer outra função útil para a sociedade, sejam remunerados como os seus colegas que efectivamente exercem e, como se não bastasse, ainda possam progredir automaticamente nas carreiras em função da antiguidade? Estamos a esquecer que esses ordenados são pagos por todos os contribuintes?
Os sindicatos entraram na habitual histeria. O Sr. Paulo Sucena disse cobras e lagartos da proposta. Sim, não fosse o Ministério meter-se também com as centenas de professores que estão em tempo integral a serviço dos sindicatos e que não leccionam há décadas, como parece ser o caso dele...enfim. Felizmente parece que a coisa vai para a frente. Esta gente não percebe que se a imagem deles está a ficar "pelas horas da morte" deve-se a estas e outras reacções sem qualquer bom senso.
Eu conheço uma professora que este ano lectivo fez parte dos 3.000 declarados incapacitados temporariamente. A Sra. em causa tentou boicotar por todos os meios (inclusive pressionando os próprios colegas) o funcionamento do prolongamento do horário do 1.º ciclo. A tentativa de pressão sobre os pais, então, foi indecorosa, chegando a ameaça-los de que se algo acontecesse às crianças entre as 15h e as 17h
A Sra. foi para casa. Quando eu soube ainda ponderei fazer ou não queixa dela. Afinal a baixa era fraudulenta. Mas rapidamente percebi. Qual queixa, qual quê...antes ela a enganar os contribuintes portugueses (assim como assim, era só mais uma) do que ter aquela pessoa na escola a "ensinar" duas dezenas de criancinhas que tinham todo o direito a melhor companhia. Assim como assim achei que a baixa psiquiátrica lhe assentava que nem uma luva...e optei por livrar as 20 criancinhas do martírio.
debate nacional sobre educação