Nunca é demais lembrar que a todos os pais e encarregados de educação assiste o direito de participar no processo educativo dos seus filhos ou educandos. Podemos fazê-lo individualmente, mas também integrados em Associações.
Do meu ponto de vista, as Associações de Pais assumem cada vez uma maior importância. Assim como é cada vez mais importante que os pais tenham uma nova postura perante a vida escolar dos seus educandos, muito mais envolvente.
A Associação de pais está representada na Assembleia de Escola, no Conselho Pedagógico e no Conselho de turma (neste caso, um elemento da turma indicado pela Associação de Pais). Também se reúne com o Conselho Executivo / Director da escola para tratar de assuntos relacionados com a vida do estabelecimento.
Posso acrescentar, pela minha experiência pessoal, que também é muito mais interessante pedir – e conseguir – uma reunião com os órgãos autárquicos (junta de freguesia, câmara municipal) enquanto Associação, do que enquanto encarregada de educação individualmente.
Por estas e por outras razões, se a sua escola ainda não tem uma Associação de Pais crie você uma. Não dá trabalho nenhum (quase nenhuma papelada), e pode dar-lhe muitas satisfações pessoais. O que é que nós não fazemos pelo bem-estar dos nossos filhos?
Uma advertência: se pensar fazer parte dos órgãos sociais da Associação, não se esqueça que passa a agir não apenas como encarregado de educação mas também como representante dos outros pais na escola. Isso acarreta uma série de responsabilidades.
Boa Sorte!
Nota: por razões óbvias, as opiniões desta encarregada de educação individualmente considerada, não se confundem com as posições tomadas enquanto órgão social das associações de que faz parte…
De quase prof a 2 de Agosto de 2006 às 17:15
Penso acabar a minha licenciatura em Filosofia este ano. Não sei quando ficarei colocada, pois nesta área há muitos professores. Uma coisa eu digo às associações de pais: se precisarem de trabalho voluntário para as actividades extracurriculares eu ofereço-me. Sou do Porto, tem é de ser aqui ao pé de casa. Não considero desprestigio nenhum acompanhar crianças a fazerem os trabalhos de casa, por exemplo. Isso já se faz em todos os outros países da União Europeia! Acho que toda a comunidade deve estar unida a favor de "uma escola a tempo inteiro". Eu andei num colégio privado aqui do Porto e fui uma previligiada. Tinha toda uma série de actividades extracurriculares ao meu dispor, que só vieram enriquecer a minha formação enquanto pessoa. É justo que o ensino publico tanbém ofereça essas oportunidades, é para isso k os pais pagam impostos. Quanto aos meus futuros colegas que não gostaram das mudanças: paciência, há tantos prof à espera de colocação, deixem.nos trabalhar a nós!
Continue,
De
uma E.E. a 2 de Agosto de 2006 às 18:08
Cara amiga,
Agradeço muito o seu contacto. Se quiser enviar o seu e-mail para o meu (blogeducare@gmail.com), posso dar-lhe contactos da federação de pais da sua zona. Ou pode encontrá-los na net... veja na página da Confap, por exemplo.
Agora, posso também dizer-lhe que este ano lectivo passaram pela associação de pais da escola do 1.º ciclo onde tenho um dos meus filhos, dezenas de currículos, desde profs de música a profs de educação física, desde psicólogos a estudantes de educação, todos a quererem colaborar... Para não termos professores queixosos na escola, pensámos em aproveitar esses curriculos e organizar actividades pagas pelos encarregados de educação...e assim os professores do quadro“não teriam de se incomodar”. Não foi possível levar esse plano avante, pois algumas entidades "consideravam-no privatização do ensino". Não percebi muito bem. Percebi foi que os professores torciam o nariz ao novo horário da escola, mas felizmente a Sra. Presidente do Conselho Executivo do Agrupamento meteu a malta toda na ordem e a coisa funcionou lindamente.
Quer saber que mais? O ministério entretanto colocou monitores nos tempos extracurriculares: Foi a inversão do discurso!
OS MESMOS PROFESSORES que anteriormente se queixavam por terem de apoiar o prolongamento, porque NÃO ERA DIGNO, porque era tomar conta de criancinhas, etc., etc...foram depois os primeiros a dizer que os monitores não podiam ser, porque não eram professores, porque não estavam habilitados...eheheh. Vá lá a gente compreender isto. Um dia uma coisa, noutro dia outra.
O que obviamente não queriam era que o projecto até às 17h30 corresse bem. Mas correu. Nada como um pulso forte no Conselho Executivo. E uma queixa às entidades oficias, se tiver de ser, o que não chegou a ser o nosso caso. Afinal a lei é para ser cumprida por todos.
Escreva para o meu e-mail se precisar de alguma ajuda e volte sempre,
De
visiense a 18 de Agosto de 2006 às 11:54
Sou professor, e apenas gostaria de dizer que obviamente concordo com a participação activa dos EE na escola. Apenas gostaria de perceber porque é que a estimada autora deste blog tem tanta facilidade em criticar os professores, e ao mesmo tempo enaltecer tanto o papel dos EE que existem no nosso país. Tomara nós que os EE que realmente ajudam e colaboram fossem mais do que uma pequena minoria, como você de certeza sabe. Além disso, tenho muita pena em dizer que muitos EE com formação e com preocupação pelos filhos, tenham muitas vezes a tentação de usar o poder hoje concedido aos pais para tentar de várias maneiras facilitar o sucesso escolar aos seus educandos! Obrigado!
De
uma E.E. a 22 de Agosto de 2006 às 09:38
Caro professor,
Deve compreender que as críticas formuladas por mim a alguns professores apenas se devem ao facto de alguns dos seus colegas "se porem a jeito"...e sobre essas figuras muitas vezes pouco dignas da classe não sou eu a responsável.
Além disso, como somos seres inteligentes, não confundimos a parte com o todo.
Quanto ao que diz: "tenho muita pena em dizer que muitos EE com formação e com preocupação pelos filhos, tenham muitas vezes a tentação de usar o poder hoje concedido aos pais para tentar de várias maneiras facilitar o sucesso escolar aos seus educandos!", devo responder-lhe:
Não é só uma tentação: é uma responsabilidade! Não é só um poder: é também um dever! É obvio que sinto o poder/dever de facilitar o sucesso escolar dos meus educandos...qual é a duvida? Porque razão afirma tal facto com "pena"? E não é para facilitar o sucesso escolar que lutamos todos?! Não é a minha obrigação criar as condições, começando logo quando eles são bebés, para que tenham sucesso nas aprendizagens? Pense lá um bocadinho no que escreveu...ou eu não o percebi...ou a sua critica não faz sentido.
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