A ministra da Educação tem uma proposta simples: que os professores entrem e progridam na carreira, não em função de um direito natural ou da antiguidade, mas do mérito. Dos resultados obtidos, das aulas dadas, das provas prestadas. Antes mesmo de conhecerem os detalhes da proposta, já os Sindicatos dos Professores estavam a ameaçar com “a maior greve que o país jamais viu”. Nesta resposta sindical, além da intragável atitude sistemática da Fenprof e do indigerível Paulo Sucena, encontramos a própria resposta à razão da decadência continuada do movimento sindical. Porque o mundo mudou, mas eles continuam a defender o mesmo de sempre: o “colectivo”, a “luta de massas”, os que têm emprego garantido até à eternidade, os que acham que todos devem ser tratados por igual, quer trabalhem e se esforcem quer vivam de meter “baixas” e fazer greve sem razão. Só um mau trabalhador teme uma selecção baseada no mérito; os bons não temem, e, por isso, os bons não estão hoje nos Sindicatos. Não é uma boa notícia, é uma má notícia: os maus patrões agradecem.
Há 30 anos que a política de educação neste país está sequestrada pelos Sindicatos dos Professores. E essa é uma das razões evidentes do nosso atraso e desenvolvimento. Senhora ministra: por favor, não desista.
Texto de Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 09 de Setembro de 2006
De
floreca a 10 de Setembro de 2006 às 20:39
Cumixoso, eu (e a grande maioria dos meus colegas) adoraríamos corrigir todos os testes na escola, tal como preparar aulas e tudo o resto. Era a maneira de não levar trabalho para casa, como o comum dos contribuintes.
Agora, diz-me uma coisa: achas que temos condições na escola para o fazer? Teríamos, se tivéssemos gabinetes de trabalho, computadores disponíveis, livros e outros materiais à nossa disposição. Temos a sala de professores e já não é mau. Se tivermos um espacinho na mesa, estamos com sorte. Quanto aos computadores, temos tempo para ir tomar um café enquanto esperamos que abra o Word... que do resto nem se fala!
Façam-se todas as nossas reuniões dentro do horário normal de trabalho, em vez de reunir-mos dpois das 18.30, como acontece em muitas escolas.
Quem me dera poder fazer tudo na escola e esquecer o trabalho à hora de saída... como o comum dos contribuintes!
De
cumixoso a 11 de Setembro de 2006 às 11:37
"Teríamos, se tivéssemos gabinetes de trabalho, computadores disponíveis..." Eu já deixei o ensino oficial à 14 anos e computadores? Haviam uns apple macintosh para os alunos de informática ... Os meus prof ., (na maioria de Lisboa) corrigiam os testes nos transportes 30m de viagem de barco em cada sentido). Agora diga-me... nestes 14 anos o que mudou? as turmas continuam a ter 30 alunos? Aulas de 50m ? 5 ou 6 aulas por dia/alunos? Quantas aulas dá um "stor" normalmente por dia? A preparação das matérias alterou-se nestes 14 anos? Não tem todas as condições? Se calhar alguém "responsável" nas escolas (atenção, não o Ministério) devia tentar arranjar soluções... Que raio, se até as escolas do ensino básico conseguem que os supermercados Modelo lhes arranjem Pc's ...
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