A ministra da Educação tem uma proposta simples: que os professores entrem e progridam na carreira, não em função de um direito natural ou da antiguidade, mas do mérito. Dos resultados obtidos, das aulas dadas, das provas prestadas. Antes mesmo de conhecerem os detalhes da proposta, já os Sindicatos dos Professores estavam a ameaçar com “a maior greve que o país jamais viu”. Nesta resposta sindical, além da intragável atitude sistemática da Fenprof e do indigerível Paulo Sucena, encontramos a própria resposta à razão da decadência continuada do movimento sindical. Porque o mundo mudou, mas eles continuam a defender o mesmo de sempre: o “colectivo”, a “luta de massas”, os que têm emprego garantido até à eternidade, os que acham que todos devem ser tratados por igual, quer trabalhem e se esforcem quer vivam de meter “baixas” e fazer greve sem razão. Só um mau trabalhador teme uma selecção baseada no mérito; os bons não temem, e, por isso, os bons não estão hoje nos Sindicatos. Não é uma boa notícia, é uma má notícia: os maus patrões agradecem.
Para gáudio de muitos: hoje estou aborrecida com o Ministério da Educação!
Li uma afirmação do Sr. prof . Paulo Sucena (mas ainda podemos considerar alguém professor quando não lecciona há décadas? A partir de hoje, no que diz respeito ao tratamento que dou ao excelentíssimo, está-lhe retirado o epíteto de professor, tenho dito) dizia eu, li hoje uma afirmação do dito “Sr. profissional dos sindicatos há uns 30 anos” que nos dava a fantástica novidade: “- podemos fazer mais um dia de greve, dois, três, quatro, os que forem precisos!”
Eu acho bem. Assim como assim, as greves são a única altura em que os professores faltam à escola mas não recebem o dia. Isto, porque dado o laxismo do sistema todos sabemos que há sempre uma maneira de justificar a habitual faltita e por isso os euros entram à mesma na conta do docente. Sendo assim: ao menos quando estão de greve não sai do erário público pagamento nenhum…
A minha ideia é a seguinte: mais semana, menos semana de aulas, acaba por não fazer muita diferença, pois os prejudicados são sempre os mesmos: OS ALUNOS!
Claro que, como estes profissionais dos sindicatos não ignoram (nessas matérias são muito empenhados, pudera, sobra-lhes tempo livre…), os prejudicados também são, como sempre, os ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO. E como sofrem! Vemos os nossos educandos com menos aulas do que as previstas inicialmente, com os reflexos que daí advêm no seu sucesso escolar… E muitos dos pais são obrigados a faltarem aos seus trabalhos porque não têm onde deixar os jovens. E não há que ter vergonha de o afirmar, ou ter qualquer sentimento de culpa – é a verdade muitas vezes trágica!
Por isso, quanto aos prejudicados estamos falados. Lá vamos indo…
Vinha isto a propósito de hoje estar particularmente aborrecida com o Ministério da Educação.
No passado ano, o Governo reduziu o número de professores a exercer funções sindicais a tempo inteiro de 1327 para 450. Não houve comentador político que não elogiasse a medida, desde a esquerda à direita, pois como sustentar 1327 pessoas a viverem à sombra do sistema no estado em que o país está?
Acontece que ontem os sindicatos de professores chegaram a um acordo com o Ministério da Educação quanto à distribuição dos 300 docentes que irão exercer funções sindicais a tempo inteiro. O acordo não me espanta nada (mais vale um pássaro na mão…) e acho bem. O que me surpreende é o número de Srs. e Sras. que vão exercer a tempo inteiro funções sindicais! 300?!
E quem paga? O erário público. Se o Estado gastava anualmente com estes docentes cerca de 20 milhões de euros em salários, agora parece que vai passar a gastar “apenas” oito milhões de euros…Oito milhões de euros? Terei lido bem? Ora…deixa lá ver…isso dava para quantos aquecimentos nas escolas que não têm…quantos computadores…etc., etc. Por isso estou zangada com o Ministério.
E não me venham com a lengalenga do discurso economicista. Do Estado exige-se rigor e contenção com os dinheiros que são de todos. Quando é que vão perceber?
Para os mais lerdos, não digo que não tenha de haver sempre lugar para docentes a exercerem funções sindicais a tempo inteiro. Claro que sim. A função sindical é das mais nobres conquistas civilizacionais que nos trouxe o 25 de Abril. Assim como o instituto da greve. Mas, meus amigos: o abuso do direito deve ser penalizado. Senão juridicamente (não estão reunidos os pressupostos), então politicamente! Estes senhores precisam saber que muito do eleitorado que vota nos partidos que sustentam ideologicamente a maioria dos sindicatos dos professores (e muita vocação têm os professores para a função sindical: já repararam na quantidade astronómica de sindicatos que têm em comparação com as outras áreas profissionais?!), precisam de saber, dizia eu, que muitos desses eleitores andam a pensar melhor onde depositar o seu voto na próxima vez que formos às urnas!
Não é o eleitorado de direita ou aquele que nunca vota que sente o “abuso” da actuação dos sindicatos! (Ou porque esse já pensava assim há muito tempo, ou nem pensa nada de relevante no caso dos que não votam.) É o eleitorado de esquerda que começa a ficar fartinho (mas fartinho mesmo) de tanta desconsideração dos que, obcecados por uma guerra sem qualquer sentido, andam a ter por nós!
Encontrei um texto engraçado, que julgo importante porque transmite o que muita opinião pública sente. Pelo menos é o que me dizem muitos pais já cansados de irem por os filhos à escola e não terem professor.
Texto retirado de “O jumento”, um dos blogs mais populares da blogosfera. É impressão minha ou ele já foi professor? Será que sabe do que fala?
Nunca como hoje os sindicatos dos professores estiveram na rua.
Aliás, pergunto-me para que precisaram estas instituições de centenas de "professores" nas suas fileiras, que sobem na carreira de professor mas dão tantas aulas como eu!
Muita polémica tem gerado o encerramento de escolas. Como sempre, fazer demagogia é fácil, é barato e no caso de alguns até dá milhões! No caso dos Sindicatos e “dos professores” (alguns, meus senhores, alguns: não são todos…), pois claro, esses milhões são traduzidos nos lucros mediáticos que resultam de mais uma campanha contra a Ministra que não gostam apenas porque um dia tocou nos seus interesses, corporativos, e isso não lhe perdoam.
Ficámos a saber os números. Eu confesso que não me surpreendi. O que me surpreendeu, francamente, foi a falta de vergonha dos sindicatos e a lata ilimitada de alguns partidos da oposição.
O Governo fez então a proposta que os muitos acharam indecente: que sejam integrados noutros serviços da Administração Publica. (Até o Ministério da Cultura já veio propor integrar 700 desses profissionais nos quadros dos organismos tutelados pelo Ministério da Cultura, como museus e palácios, sendo que assim estes docentes terão oportunidade de progredir noutra carreira). Em rigor, nem podemos falar de 2.500 professores, pois 10% desses profissionais estão impedidos de dar aulas devido a doenças oncológicas ou degenerativas e, quanto a estes, o Ministério decidiu que a escolha de uma nova carreira na função pública é opcional, sendo que podem continuar a trabalhar na escola.
Para além desses, só este ano lectivo, estiveram outros 3.000 docentes sem poderem dar aulas por terem estado incapacitados temporariamente. Contudo estes não estão abrangidos pela proposta; afinal trata-se de uma "incapacidade temporária"...
A proposta parece de elementar bom senso. Alguém pode considerar justo que estes Srs. "professores" que não trabalham, que não estão a fazer qualquer outra função útil para a sociedade, sejam remunerados como os seus colegas que efectivamente exercem e, como se não bastasse, ainda possam progredir automaticamente nas carreiras em função da antiguidade? Estamos a esquecer que esses ordenados são pagos por todos os contribuintes?
Os sindicatos entraram na habitual histeria. O Sr. Paulo Sucena disse cobras e lagartos da proposta. Sim, não fosse o Ministério meter-se também com as centenas de professores que estão em tempo integral a serviço dos sindicatos e que não leccionam há décadas, como parece ser o caso dele...enfim. Felizmente parece que a coisa vai para a frente. Esta gente não percebe que se a imagem deles está a ficar "pelas horas da morte" deve-se a estas e outras reacções sem qualquer bom senso.
Eu conheço uma professora que este ano lectivo fez parte dos 3.000 declarados incapacitados temporariamente. A Sra. em causa tentou boicotar por todos os meios (inclusive pressionando os próprios colegas) o funcionamento do prolongamento do horário do 1.º ciclo. A tentativa de pressão sobre os pais, então, foi indecorosa, chegando a ameaça-los de que se algo acontecesse às crianças entre as 15h e as 17h
A Sra. foi para casa. Quando eu soube ainda ponderei fazer ou não queixa dela. Afinal a baixa era fraudulenta. Mas rapidamente percebi. Qual queixa, qual quê...antes ela a enganar os contribuintes portugueses (assim como assim, era só mais uma) do que ter aquela pessoa na escola a "ensinar" duas dezenas de criancinhas que tinham todo o direito a melhor companhia. Assim como assim achei que a baixa psiquiátrica lhe assentava que nem uma luva...e optei por livrar as 20 criancinhas do martírio.
debate nacional sobre educação